Na edição do primeiro semestre de 2019 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a Universidade de São Paulo (USP) conseguiu preencher praticamente todas as 2.782 vagas oferecidas no sistema. Segundo dados levantados pelo G1 no site do Sisu, apenas duas vagas ficaram sobrando no primeiro resultado do sistema, divulgado em 28 de janeiro.
Entre as duas vagas remanescentes, uma foi oferecida no curso do ciclo básico de materiais e metalúrgica na Escola Politécnica, e a outra é do curso de engenharia de materiais e manufatura na Escola de Engenharia de São Carlos.
Na edição de 2018 do Sisu, a USP diz que 48 vagas ficaram sem preenchimento na chamada regular. A instituição ofereceu 2.745, e 2.697 candidatos foram aprovados na chamada regular, o que representa 98,2% da oferta.
Os dados se referem apenas à primeira chamada do Sisu. Depois dessa divulgação, os candidatos precisaram confirmar a matrícula, incluindo a apresentação de documentos comprovando o direito às cotas. Até março a USP também vai publicar um total de três chamadas da lista de espera para as vagas que ainda não tiverem sido ocupadas.
As cotas na USP
Esse foi o primeiro ano em que a USP aplicou o sistema de cotas tanto no Sisu quanto no vestibular tradicional da Fuvest, desde a inscrição. O objetivo é cumprir a meta de 40% dos calouros em cada curso oriundos da rede pública de ensino.
Além disso, a USP adotou a mesma cota racial da Lei Federal de Cotas: o número de vagas reservadas para pretos, pardos e indígenas (PPI) deve corresponder à mesma proporção da população no Estado; no caso de São Paulo, a USP usa como referência a proporção de 37,5%, mas apenas os estudantes de escola pública podem concorrer nas cotas raciais.
Edital menos exigente
Esse também foi o primeiro ano em que as notas mínimas no Enem exigidas pela USP para candidatos do Sisu foram adequadas para garantir um número de inscritos maior do que o de vagas.
No ano passado, o G1 mostrou como cinco cursos que tinham nota mínima de pelo menos 650 pontos ficaram sem nota de corte por falta de inscritos – alguns chegaram a exigir 800 pontos em matemática. Uma comparação com os microdados dos candidatos de edições anteriores do Enem mostram que, no universo total de estudantes que fizeram a prova, o número deles que tinham a nota esperada pela USP não passava de 1,5 mil.
Das 15 vagas de medicina na FMUSP para estudantes de escola pública pretos, pardos ou indígenas, só uma foi preenchida.